Blog entry by CELSO MARTINS PEREIRA
Ao discorrer sobre o atual papel do professor na educação, convém relembrar Kneller (1966, p. 9), quando ele diz que: “para educarmos os homens de modo sensato e esclarecido, convém saber no que queremos que eles se tornem quando os educamos. E para sabê-lo é necessário indagar para que vivem os homens — ou seja, investigar qual pode ser a finalidade da vida e o que ela deve ser. Portanto, devemos também inquirir sobre a natureza do mundo e os limites que este fixa para o que o homem pode saber e fazer”.
Se me cabe fazer uma breve adaptação, me referirei aos “limites que o mundo fixa para o que o aluno pode saber (no presente) e fazer (no futuro). Penso eu que, nesse ponto se faz necessário distinguir professor do agente “lecionador” de conteúdos. Enquanto aquele, além de isso fazer, também, por vocação, se preocupa com a formação cidadã do aluno, numa tentativa de colaborar com a família naquilo que lhe é dever paternal e maternal, o lecionador se contenta apenas com o passar e repassar de conteúdos acadêmicos, muitas vezes no mais tradicional estilo de educar, se é que podemos denominar assim.
Na verdade, o professor desta nova era é um “faz-tudo”. Suas intervenções diárias, dentro e extraclasse perpassam pela função de psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, teólogo, etc. atribuições que o ambiente escolar lhe impõe para além das próprias competências acadêmicas.
E, a propósito, neste novo formato do Ensino Médio em implantação, até o (ultra pessoal) projeto de vida do aluno constará do rol de atividades do professor.
Pois bem, tendo que “promover práticas educativas que consideram a visão de mundo, as experiências de vida e os conhecimentos acadêmicos (prévios) do sujeito (aluno) no processo de ensino e aprendizagem”, o professor precisa exercer não apenas uma atividade laborativa, mas ser um agente de transformação com a convicção de que a educação “não é a preparação para a vida, é a própria vida” dos seus (para sempre) alunos.