“A educação é a transmissão da humanidade de uma geração à outra”, e se dá pelo desenvolvimento de habilidades, valores, crenças e símbolos que modificam (moldam) os indivíduos em diferentes aspectos (físicos, sociais, mentais, espirituais e culturais) tornando-os aptos para o convívio em sociedade, para o exercício da cidadania. Desta forma tem um papel essencial na socioeducação porque é através dela que os adolescentes, em conflito com a lei, em privação de liberdade têm a oportunidade de ressignificar sua existência; compreender que têm direitos e, também deveres; aprender que devem respeitar os direitos do outro, principalmente, o direito à vida.
O processo de educação nos espaços de privação de liberdade deve ser integral, intensificado e consistir de ações que vão além da escolarização formal, mas que propiciem o desenvolvimento da cidadania pelo conhecimento das Leis (Constituição Federal) que regem o país e o convívio em sociedade, bem como o Estatuto da Criança e do Adolescente que o ampara; favoreça a participação dos educandos em atividades artísticas e esportivas tanto por sua função lúdica como para o desenvolvimento de habilidades considerando que estas podem vir a ser objetivos de vida, de profissão e, potencialmente, de sucesso destes educandos adolescentes privados de liberdade, visto a importância do esporte e das artes na prevenção e/ou resgate de jovens de comunidades carentes inseridos e/ou propensos a ingressar na drogadição e criminalidade.
Essa educação completa de forma alguma deve deixar de contemplar atividades da área de saúde como palestras, fóruns, oficinas como forma de instruir os adolescentes sobre o conhecimento o corpo, a puberdade, higiene, doenças sexualmente transmissíveis e prevenção, viroses e, certamente discutir sobre o uso de drogas ilícitas e as consequências do uso como ocorre, normalmente, nas instituições de ensino regular.
A socioeducação deve de fato ter como meta a formação integral do individuo para que este possa efetivamente fazer parte da sociedade e não mais reincidir ou cometer ato infracional, ou mesmo crime em sua vida adulta.