Os adolescentes ingressos no Colégio Paulo VI, anexo Zilda Arns, em Feira de Santana tanto na internação provisória quanto para o cumprimento de Medida socioeducativa são acolhidos, independente de sua condição social, etnia ou crença religiosa da mesma forma; pois prevalece a concepção de que a escola é o espaço de valorização e respeito as diferenças considerando que todos os educandos têm os mesmos direitos e deveres dentro e fora da escola.
A gestão escolar e, consequentemente, todos os docentes e funcionários que atuam na unidade buscam tornar o espaço escolar bastante acolhedor, humanizado e favorável para o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis afim de estimular estes educandos à participação ativa nas atividades escolares e, assim, favorecer um maior progresso intelectual e moral.
Assim que o adolescente ingressa na unidade passa por uma triagem diagnóstica com setor pedagógico da unidade que tem por objetivo identificar o nível de escolaridade do educando para que este seja encaminhado para a série/turma adequada para receber a educação de qualidade como direito que lhes é garantido pelo Estatuto da Criança e do adolescente, Lei 8.060/90.
Em todas as atividades educacionais incluindo os projetos inter e transdisciplinares desenvolvidas os educandos são tratados com cordialidade e de forma afetuosa como quaisquer outros adolescentes afim de desenvolver sentimentos de confiança, respeito e autovalorização. Por outro lado, essas atividades de escolarização propiciam diversos momentos de reflexão que têm como um dos objetivos primordiais criar novas perspectivas diante da vida e importantes para a superação das diversas vulnerabilidades sociais que na maioria das situações que contribuíram para estes adolescentes estarem à margem da sociedade em situação de conflito perante a lei.
De forma geral a referida unidade de ensino busca da melhor forma possível colaborar decisivamente no processo de ressocialização destes educandos, e, ao menos, no ambiente escolar estes têm demonstrado avanços e anseios por mudanças em suas trajetórias de vida; contudo, infelizmente, muitos egressos da unidade, possivelmente, ao retornarem aos seus lares e às mesmas condições de vulnerabilidade anteriores a internação acabam incorrendo os mesmos erros ou têm suas vidas ceifadas.
Assim é notória a necessidade por parte do Estado de politicas públicas que assistam tanto a estes adolescentes egressos das Cases como também suas famílias após o cumprimento de medida socioeducativa.